O mercado imobiliário mato-grossense reagiu em 2017. No período foram financiadas a aquisição e construção de 3,187 mil imóveis em todo o Estado. A quantidade confirma crescimento de 14,8% sobre 2016, quando foram compras ou edificadas 2,776 mil unidades em Mato Grosso. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
No ano passado, os valores envolvidos nas negociações somaram R$ 726,282 milhões, com acréscimo de 9,93% sobre os R$ 660,625 milhões transacionados com os financiamentos imobiliários no ano anterior. Os negócios foram realizados com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Em média, os investidores mato-grossenses adquiriram imóveis avaliados em R$ 237,977 mil no último ano.
A cotação média dos imóveis financiados com recursos da caderneta de poupança no ano passado é 9,93% superior àquela verificada em 2016, quando se manteve em R$ 227,889 mil por unidade. De acordo com a Abecip, Mato Grosso registra desempenho diferenciado do restante do país em termos de financiamentos imobiliários. Em todo o Brasil, o volume de financiamentos com recursos do SBPE atingiu R$ 43,150 bilhões, montante 7,4% inferior ao apurado em 2016.
Entre janeiro e dezembro de 2017 foram financiados 175,620 mil imóveis em todo o território nacional, quantidade 12,1% menor que o total de financiamentos concretizados em 2016, quando somaram 199,690 mil unidades. Vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon), Cezário Siqueira Gonçalves Neto, comenta que há uma perspectiva de melhora na capacidade de investimento da população em 2018, atrelada ao aumento da geração de emprego e renda. “Temos um cenário de crescimento de oportunidades de negócios, com mais dinheiro e pessoas interessadas em comprar”.
Outra variável que favorece o segmento imobiliário e da construção civil é a redução dos juros, motivada pelos cortes na taxa básica Selic, fixada atualmente em 7% ao ano pelo Comitê de Política Monetá- ria (Copom), do Banco Central. Na percepção do vice-presidente do Sinduscon/MT, o nível de endividamento das famílias reduziu. Neste sentido, as reservas financeiras são favorecidas e condicionam investimentos em bens duráveis e imóveis. “Com a redução da taxa Selic, os juros dos empréstimos bancários caem e a tendência é que a população intensifique o financiamento de imóveis”.
Atrelado a esse movimento de aumento na demanda ele antecipa uma elevação no valor dos imóveis. “O momento de comprar é agora”, analisa. Invariavelmente, os recursos do SBPE são buscados por investidores que já possuem um imó- vel e almejam a aquisição de outro.
Popupança no azul
Após 2 anos seguidos de resultados negativos, a caderneta de poupança voltou a crescer em Mato Grosso, com saldo de R$ 3,922 bilhões em 2017. A cifra é 10,23% maior que os R$ 3,558 bilhões computados em 2016. No país, a captação líquida da caderneta de poupança somou a R$ 563,7 bilhões, 9,3% superior a 2016. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em dezembro de 2017 foi verificado volume recorde de depósitos no Brasil e a captação líquida ficou positiva em R$ 14,960 bilhões.
“A tendência para este ano é que as famílias controlem mais as despesas e consigam poupar mais”, avalia o economista Aurelino Levy. Conforme ele, após a crise iniciada no fim de 2014 e prolongada até o início deste ano, a população ficou mais precavida. “Com o cuidado de reforçar o orçamento, as pessoas poderão investir na aquisição de bens duráveis, como eletrodomésticos, e imóveis”. Para o economista, por ser um investimento de baixo risco, a aplicação em poupança é uma modalidade indicada para quem busca economizar e detém poucos recursos.
“Apesar da redução na taxa básica de juros, o rendimento da poupança se mantém”. Os depósitos em caderneta de poupança são remunerados com base na Taxa Referencial (TR), acrescida de juros de 0,5% ao mês. Com a taxa Selic em 7% ao ano, a caderneta de poupança irá render 70% da Selic (4,89%) mais a TR. “O aumento dos depó- sitos sobre os saques na poupança sinalizam que as famílias aumentaram o potencial de compra e que há um lastro maior para os bancos realizarem empréstimos com menos riscos”, pondera o vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon/MT), Cezário Siqueira Gonçalves Neto.
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